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Avaliação – JAC T5 1.5 16V VVT Flex CVT 2017

Fotos: Marcus Lauria

Quando testei o JAC T5 com câmbio manual, eu disse que aquele era o melhor carro chinês à venda no mercado brasileiro. Pois bem, era. Tivemos a felicidade de testar o JAC T5, dessa vez equipado com o câmbio CVT. Tal felicidade se deve ao fato de ver como os chineses evoluíram. De carros que soltavam pedaços e capotavam em curvas, os chineses (especialmente os da JAC) evoluíram a ponto de combater concorrentes mais tradicionais, como o Nissan Kicks ou Honda HR-V por exemplo. Se o T5 não está exatamente no nível dos rivais citados, está bem próximo, e suas deficiências são meros detalhes que podem ser resolvidos em uma próxima geração.

Visualmente, o JAC ainda copia alguns elementos de estilo de carros coreanos, como o Hyundai ix35 por exemplo, mas tem elementos exclusivos bem resolvidos, como a sua dianteira, por exemplo, com direito a DRL nos faróis. Do lado de dentro, falta identidade à JAC no desenho do painel e especialmente no volante, que é exatamente a mesma peça vista nos Chevrolet Cobalt, Spin e Onix por exemplo. O acabamento não é primoroso, pois conta apenas com plásticos rígidos, mas o desenho das peças e seus encaixes são bons, garantindo uma boa qualidade geral.

Bem equipado, o T5 CVT conta apenas com dois pacotes de acabamento, custando a partir de R$ 73.490 (pack 2) e chega a R$ 76.990 no pack 3, igual ao da versão testada. O pack 3 adiciona bancos em couro, rack no teto e central multimídia. A central multimídia, por sinal, é bem completa e conta inclusive com entrada HDMI e interface da câmera de ré. Em compensação, a interface da central multimídia é confusa e seu funcionamento deixa um pouco a desejar. Fica a dica para a JAC melhorar essa central no futuro.

O JAC T5 é um crossover de porte médio, são 4,35 m de comprimento e 1,76 m de largura, e graças ao entre-eixos de 2,56 m, o seu espaço interno é muito agradável, seja na dianteira ou na traseira. No porta-malas cabem bons 400 litros. Os bancos com revestimento em couro são confortáveis, mesmo faltando um pouco de apoio para as coxas no banco dianteiro. A posição de dirigir é boa, facilitada pelo ajuste de altura do banco do motorista e ajuste de altura da coluna de direção.

Debaixo do capô, o motor é o já conhecido 1.5 16V que rende 125/127 cv @ 6.000 rpm de potência e 15,5/15,7 kgfm @ 4.000 rpm de torque. Ë um propulsor aspirado, com duplo comando de válvulas variável na admissão, que tem um pouco de morosidade em baixas rotações e responde bem em alta. É aí que o casamento com a transmissão CVT brilha, pois o modus operandi desse tipo de transmissão aproveita sempre a faixa de giros de maior torque e potência. E para os que preferem trocar as marchas na mão, o sistema simula 6 marchas, que entram facilmente por meio de toques na alavanca.

Em uso urbano, o T5 se vale de sua suspensão suave para entregar um rodar confortável, corroborado pelo CVT que mantém o motor ronronando em baixas rotações quando não é exigido. Os 1.220 kg do carro incomodam pouco o motor 1.5, e com o carro vazio o seu rendimento na cidade é bem interessante. Seu consumo poderia ser melhor, pois 10,3 km/l com gasolina é um número pouco otimista hoje em dia.

Já na estrada, as limitações do motor pequeno se tornam mais evidentes. Mesmo com o câmbio trabalhando bem, o motor entrega pouca força quando exigido no limite. Com carro cheio, é bom ter atenção nas ultrapassagens. Já com carro vazio, o T5 anda de forma razoável, comparável ao desempenho do Nissan Kicks por exemplo. Sua aceleração de 0-100 km/h foi feita em 11,3 s durante nosso teste. Já o consumo rodoviário foi de 14,3 km/l com gasolina e ar-condicionado ligado.

Em curvas mais fechadas, as suspensões macias do T5 não fazem o carro rolar tanto, mostram-se com um bom compromisso entre conforto e dinâmica. No limite, a tendência é dianteira, mas em caso de necessidade os controles eletrônicos de estabilidade e tração estão prontos para manter o carro na mão. Sua direção elétrica merece mais peso em velocidade.

No geral, repito minha colocação do primeiro parágrafo, ou seja, este é o melhor carro chinês à venda no mercado brasileiro. Seu conjunto tem potencial para incomodar vendas dos principais crossovers do mercado, e isso demonstra o motivo pelo qual a JAC está tão otimista em relação a este carro. Seus defeitos são pontuais, e podem ser corrigidos em uma próxima geração. Portanto, deixe o preconceito de lado e renda-se à invasão chinesa, pois eles vieram para ficar.

CONFIRA NOSSO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=CxcHe9B87ts

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Um Comentário

  1. Carro excelente!!! Comprei e estou muito feliz com o chines; não deixa nada a desejar aos outros SUV’S e custa mais de R$ 20.000,00 a menos que qualquer outro SUV de entra das demais marcas.

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