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Avaliação – Fiat Uno Attractive 1.0 Firefly Flex 2017

Fotos: Marcus Lauria

Já diz o velho ditado popular que “em time que está ganhando não se mexe”. O Fiat Uno é um dos carros mais conhecidos do Brasil, e também já esteve entre os mais queridos devido aos seus principais atributos de sempre, como confiabilidade, simplicidade, robustez e um design de certo modo atemporal. Entretanto, até mesmo um ícone precisa se renovar para permanecer atraente e fazer frente à concorrência. Com as novas tendências em tecnologia e motorização, era chegada a hora do Uno receber as mudanças devidas.

Começando pelo design, as linhas outrora excessivamente quadradas deram lugar a formas mais suaves e alegres na primeira renovação do modelo, o que para muitos deixou o carro “fresco” demais. No facelift realizado há pouco tempo, a Fiat corrigiu esse problema e deixou o Uno com um ar mais sério graças aos para-choques mais robustos e conjunto ótico atualizado, com faróis menos esbugalhados e lanternas com efeito cristal. A cabine foi a principal região de mudanças e em nada lembra os painéis que o compacto italiano já teve, trazendo difusores de ar verticais e painel com novos grafismos e computador de bordo multifuncional ao centro, conferindo um ar muito bem-vindo de carro amadurecido.

O novo Fiat Uno parte de R$42.680 na versão Attractive e já vem com o básico que se espera de hoje em dia: vidros elétricos com anti-esmagamento (apenas dianteiros), travas elétricas, ar condicionado, direção elétrica com função “CITY” (que deixa o volante mais leve, ideal para as horas de estacionar), faróis de neblina e outros itens de comodidade, além do novo motor 1.0 FireFly flex de três cilindros. O exemplar aqui testado conta com alguns opcionais, como a pintura metálica Prata Bari (R$1.342,00) e os indispensáveis kits opcionais Comfort (R$650) que acrescenta apoio de braço dianteiro, terceiro encosto de cabeça traseiro e cintos de três pontos para todos os ocupantes do banco de trás, além de alguns compartimentos e revestimentos que melhoram a convivência a bordo.

O outro kit em questão é o chamado Tech Live On (R$4.009,00) que inclui rádio com conectividade Bluetooth, volante multifuncional com comandos de rádio e telefonia, chave canivete com telecomando (acionamento do alarme à) distância, vidros traseiros elétricos e retrovisores com ajustes elétricos, controle de estabilidade ESC (o que coloca o Uno como o único 1.0 abaixo de R$50.000 a possuir o equipamento), função Hill Holder (assistente de partida em rampas), repetidores de seta em LED e função Tilt Down (que abaixa o espelho do passageiro quando a ré é engatada, auxiliando na visualização do meio-fio).

Ao colocar na ponta do lápis, o Fiat Uno ideal para quem quer um carro com nível satisfatório de equipamentos e não pode ou não quer gastar uma fortuna sai por aproximadamente R$49.000, além de incluir o já citado motor FireFly. E falando em motor, que no caso é uma das principais novidades da Fiat para o mercado brasileiro atualmente, o novo FireFly de três cilindros e até 77cv (com etanol) resolve as queixas do antigo 4-em-linha, combinando economia a um desempenho que agrada para a proposta do modelo. Durante nosso teste, o consumo médio foi de aproximadamente 14,5km/l, número que se mostra na média do segmento e que é obtido sem comprometer a performance.

Os motores 1.0 não são referência em desenvoltura, mas a Fiat conseguiu criar uma unidade equilibrada com comportamento elástico e que fez um bom casamento com o câmbio manual de 5 marchas, também solucionando antigos problemas como a ligeira falta de precisão nos engates. Como todo três-cilindros, o torque de até 10,9kgfm (com etanol) só aparece em sua integridade por volta dos 3250 giros, um regime menor que o dos antigos quatro cilindros (cujos 9,9kgfm só apareciam aos 3850rpm) e que resulta em um rodar com mais segurança em perímetro urbano. A 100km/h o motor trabalha por volta dos 3000rpm e mantém seu ronco do lado de fora.

A suspensão sempre foi um ponto forte dos Fiat Uno, e mantém suas qualidades no modelo 2017. Firme e elevada, o conjunto composto por McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira absorve com boa eficiência os impactos causados pela “buraqueira” de nossas ruas, e apesar do maior vão livre do solo não favorecer o design, tal fator se mostra um ponto positivo quando se é necessário, por exemplo, transpor as muitas lombadas feitas sem qualquer critério por nossas ruas. O controle de estabilidade ESC é muito bem-vindo e não permite que o Uno passe dos limites, mesmo com a altura maior da suspensão.

Em suma: o Fiat Uno chegou em 2017 preservando as principais qualidades que ajudaram a fazer seu nome, resgatando algumas que haviam se perdido e agregando algumas das novas tecnologias disponíveis no segmento. Com um dos maiores porta-malas da categoria (290 litros) e espaço interno razoável, o Uno se mostra uma opção interessante em um segmento onde cada centavo conta e a racionalidade é o principal motivador da compra. O compacto italiano entrega um conjunto completo e acima da média por menos de 50 mil reais, algo cada vez mais escasso em nosso mercado.

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