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Avaliação – Toyota SW4 SRX Diesel 5 lugares

Fotos: Marcus Lauria

Ele é um SUV derivado de uma picape, mas o Toyota SW4 não quer que isso seja lembrado, seja no seu visual ou no nome. Anteriormente chamado de Toyota Hilux SW4, desde que a nova geração foi lançada, o nome Hilux foi abandonado. E o visual do carro evoluiu muito em relação à picape, especialmente na questão do requinte, trazendo até mesmo algumas referências estéticas da Lexus, a divisão de luxo da Toyota.

Seu design era interessante, mas agora agrada ainda mais. Destaque para os belos faróis em full LED e para as lanternas, que também utilizam LED e deixam a traseira do carro bem harmoniosa. Sua lateral passa a ser a identidade visual do SW4, tanto que seu perfil é destacado na chave do SUV. De fato ele não lembra em quase nada a Hilux, exceto pelo layout típico de SUVs montados em chassis derivados de picape, algo também encontrado no Chevrolet Trailblazer, seu principal rival.

Internamente, o SW4 oferece luxo e requinte, novamente remetendo aos Lexus, com direito a couro no painel. Até mesmo o visor do computador de bordo e a central multimídia com TV é idêntica ao que se encontra nos modelos mais caros. Os bancos em couro são macios e anatômicos, a posição de dirigir é boa para um SUV desse porte e há espaço de sobra para todos. A fileira de bancos traseiros até reclina totalmente nessa versão de 5 lugares, enquanto o porta-malas comporta em torno de 500 litros.

Por se tratar de um carro com dimensões generosas, não espere facilidade na hora de manobrar seus 4,79 m de comprimento e 1,85 m de largura, embora o diâmetro de giro de 11,8 m não seja dos mais exagerados. A direção hidráulica não tem peso muito elevado, e isso ajuda, bem como a câmera de ré. Faz falta um sensor de estacionamento na dianteira. E graças à posição de dirigir elevada e aos retrovisores generosos, a visibilidade em geral é boa, principalmente no trânsito urbano.

Seu motor 2.8 turbodiesel tem injeção direta e trabalha vinculado a um câmbio automático de 6 velocidades. Rendendo 177 cv @ 3.400 rpm de potência e 45,9 kgfm @ 1.600 rpm de torque, o conjunto é apenas razoável para lidar com os 2.130 kg do SW4, como prova o 0-100 feito em demorados 11,2 segundos (o Trailblazer diesel faz abaixo de 10 segundos). Seu câmbio possui modos de operação ECO e PWR, que mudam a forma que a força é distribuída nas quatro rodas, e isso faz bastante diferença nas retomadas, como ultrapassagens em estrada por exemplo, mas não muda o estilo moroso do carro.

Na cidade, o carro sobra em força e tamanho, visto que para pequenas estilingadas o SUV tem vigor (graças ao generoso torque em baixa) e se impõe com facilidade devido ao tamanho que, naturalmente, mantém os outros motoristas afastados. Mas o mesmo tamanho torna a tarefa de estacionar em balizas e shoppings algo digno de muita paciência. Há poucas vagas para um SUV em nossa realidade distante dos EUA, e sempre que você sair para as compras, se sentirá mal por ter comprado um SUV e não uma perua. No trânsito urbano, o apetite por diesel é um pouco elevado: 8,7 km/l com ar ligado.

Já na estrada, o SW4 flui de forma saborosa em estradas lisas, com bom isolamento de ruídos e rodar confortável. Mas caso a estrada se torne ondulada, é inevitável sentir o carro pular sem dó nas ondulações, como faria uma picape. Nesse quesito, o SW4 é comparável à geração anterior do Trailblazer, que atualmente é bem mais dócil devido ao upgrade de suspensão. E nas curvas o SW4 requer um trato suave, sem movimentos bruscos com o volante, ou a carroceria oscila com vontade, deixando loucos os controles de tração e estabilidade. Quanto ao consumo, observamos bons 12,9 km/l, que resulta em uma autonomia de 1.032 km com o tanque de 80 litros.

Fora de estrada, o SW4 é robusto e feroz, da forma que se espera de um SUV com tração integral e reduzida. Sua altura do solo de 27,9 cm permite boas estripulias, enquanto os ângulos de entrada (29 graus) e saída (27 graus) estão na média da categoria. Enfrentamos uma trilha leve com o carro e pudemos testar seus recursos mais parrudos, caso da reduzida para sair de um leve atoleiro e do sistema de controle de velocidade na descida, para descer uma ladeira cheia de lama. No geral, saímos satisfeitos da trilha, sem a necessidade de descer para desatolar o SUV.

No geral, o SW4 é um carro bem luxuoso e requintado, com boa aptidão off-road e capacidade de enfrentar viagens longas sem parar tanto para abastecer e sem maltratar os passageiros (desde que a estrada seja lisa), mas custa caro. R$ 241.920 é muito dinheiro, especialmente se observarmos que o Chevrolet Traiblazer custa em torno de R$ 190.000 e oferece mais desempenho, suspensão mais bem acertada e não deve nada ao SW4 no fora de estrada.

CONFIRA NOSSO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=VO6b_G_Z0BA

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