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Avaliação – Fiat Toro Freedom 2.0 diesel MT6 4×4 2017

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Fotos: Marcus Lauria

Há duas versões de acabamento disponíveis para a Fiat Toro: Freedom e Volcano. Enquanto a versão Volcano, mais completa, pode vir equipada apenas com motor 2.0 turbodiesel e câmbio automático de 9 velocidades, a versão Freedom é mais democrática, pelo menos na motorização, com opção de motor 1.8 Flex aspirado ou motor 2.0 turbodiesel. A versão Freedom Flex você já conhece, pois já testamos aqui, e o mesmo vale para a Volcano, que também já testamos, então resta apenas a versão Freedom com motor 2.0 turbodiesel e câmbio manual, que você confere nos parágrafos abaixo.

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A versão Freedom com motor 2.0 e câmbio manual é uma boa opção para quem precisa de força adicional e mais capacidade de carga, mas não precisa (ou não pode) arcar com os custos da versão mais cara. A partir de R$ 97.270 (com tração 4×2) ou R$ 105.570 (tração 4×4), é possível desfrutar do motor 2.0 turbodiesel que gera 170 cv @ 3.750 rpm de potência e 35,7 kgfm @ 1.750 rpm de torque. É tanto torque em baixa que deixa a Toro um pouco indócil no uso urbano, especialmente devido à embreagem pesada, que requer um tempo para adaptação.

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Do lado de dentro o visual da versão Freedom não desaponta, embora faltem os materiais mais refinados vistos no Renegade. Os bancos em couro e teto solar opcionais dão outra vida ao interior, mas encarecem bastante a conta no final. Para estacionar uma Toro Freedom 4×4 com os mesmos itens dessa versão que testamos (bancos em couro, teto solar, pneus com rodas aro 17, kit techno, kit safety, kit pleasure), não espere nada menos do que R$ 126.256. É um pouco caro, então requer que os opcionais sejam cuidadosamente selecionados.

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Há um bom espaço dentro da Toro, aonde quatro ou cinco adultos de estatura mediana viajam bem em todos os bancos, e a posição de dirigir é muito superior ao encontrado em picapes médias ou até mesmo na semi-concorrente Renault Oroch. A coluna de direção possui regulagem em altura e profundidade, enquanto o banco possui amplas regulagens, e se não fosse pela altura elevada de rodagem, a posição de dirigir é superior à encontrada em muitos sedãs.

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Manobrar a Toro é um pouco complicado, tanto pelo diâmetro de giro exagerado (12,9 m) quanto pela embreagem um pouco dura com dificuldade de modulação. Com isso, o carro se movimenta em saltos até que o motorista pegue o jeito. Na prática, a Toro parece maior do que é, embora os sensores de estacionamento e câmera de ré estejam lá para ajudar um pouco.

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Em movimento, no trânsito urbano, novamente a embragem joga contra o conjunto da Toro, tornando cansativo o manejo da picape no anda-e-para durante um engarrafamento. Uma pena, pois o ótimo torque em baixa garante acelerações vigorosas, enquanto o conjunto de suspensão dela é bem mais amigável do que o encontrado em picapes médias. Em suavidade de suspensão, ela perde para a Oroch e para a Toro Flex, mas comparada a uma S10, por exemplo, essa Toro parece uma limousine. O motor diesel é um pouco ruídoso, e o barulho de caminhão é constante, mas em compensação seu consumo é comedido: 9,5 km/l.

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Já na estrada o convívio com a Toro muda completamente de figura. Se a versão automática já era interessante, com câmbio manual se torna ainda mais agradável viajar com a picape. Não importa a marcha engatada, sempre haverá força. O câmbio possui engates suaves e precisos, enquanto a direção tem boa calibragem e a dinâmica é muito boa, e em curvas lembra mais um carro de passeio do que uma picape com capacidade de carga de 1 tonelada. Seus freios atuam de forma correta, sem sustos. E, na estrada, o ruído do motor não incomoda tanto, e os ouvidos sofrem pouco com ruídos de rodagem ou de vento. Apenas em velocidades mais altas há um ruído forte de vento vindo do teto solar, mesmo fechado, e talvez seja um problema pontual da versão testada. Quanto ao consumo, fez ótimos 15,2 km/l em uma viagem de São Paulo ao Rio.

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No fora de estrada, o câmbio manual permite melhor controle na saída de atoleiros, graças à possibilidade de usar a embreagem para subir giro, por exemplo. No geral, ela conta com os mesmos recursos da versão automática, como seletor de tração integral ou reduzida e controle de descida em rampa. Testamos a Toro em um fora de estrada leve e sua suspensão mostrou ter bom curso para enfrentar terrenos mais castigados.

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De forma geral, a Toro Freedom Diesel com câmbio manual é uma boa versão intermediária, que satisfaz bem quem procura a força maior do diesel com a possibilidade de orquestrar o motor da forma que desejar. Mas na prática o carro é um pouco caro, e no portfolio de versões da Toro faz falta mesmo uma versão 1.8 Flex com câmbio manual, que tornaria a picape mais acessível. Em contrapartida, uma Toro de entrada com preço mais baixo canibalizaria vendas da Strada Adventure, que completamente equipada pode passar dos R$ 80.000. Em resumo, a Toro com câmbio manual é uma boa pedida apenas para quem gosta de trocar marcha, e querem desfrutar dos bons predicados oferecidos por qualquer Toro.

CONFIRA NOSSO VÍDEO:

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