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Avaliação – Renault Duster Oroch Dynamique 2.0 16V Flex 2016

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Fotos: Marcus Lauria

Renault e Fiat criaram, praticamente juntas, um novo segmento de picapes no mercado nacional. Trata-se da picape meio-média, ou seja, ocupa o exato espaço entre as picapes pequenas (Saveiro, Strada) e as picapes grandes (S10, Ranger), com uma faixa de preço que belisca tanto o segmento inferior quanto as concorrentes do andar de cima. Quem são essas picapes meio-médias? Renault (Duster) Oroch e Fiat Toro.

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Hoje falaremos da aposta da Renault, batizada como Duster Oroch. Ela mantém o nome do SUV que lhe deu origem, mas o que parece ser um puxadinho na verdade é algo muito mais elaborado. Fato é que até o início da porta traseira, Duster e Oroch são iguais, mas daí para trás, a Oroch ganhou reforços estruturais na região em que a caçamba encontra a carroceria, maior espaço entre-eixos e o espaço de carga propriamente dito.

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Todas as Oroch usam suspensão traseira independente, assim como no Duster 4WD, mas em um primeiro momento, não há Oroch 4WD, nem Oroch automática. Fato é que a Oroch trouxe do pai uma de suas maiores virtudes: o chão. Com a suspensão traseira independente (e bem calibrada), a Oroch é ainda melhor de curva que o Duster, mas falaremos disso mais tarde.

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Visualmente o carro ficou bem interessante, com lanternas traseiras grandes e abusando dos LEDs, junção harmoniosa da caçamba com a cabine e visual traseiro robusto. De perto as lanternas parecem grandes demais, mas essa sensação não ocorre quando vemos uma Oroch passar. Sua caçamba também se encontra no meio do caminho entre pequena e média, mas fica mais perto de pequena do que média: são 683 litros de capacidade, ante 680 litros da Strada cabine dupla e 580 litros da Saveiro cabine dupla. A S10, por exemplo, tem 1570 litros. Já sua capacidade de carga é de 650 kg.

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Internamente, a Oroch se assemelha bastante ao Duster, nas qualidades e nos defeitos. A posição de dirigir é elevada, e agrada aos fãs de carros altinhos, e há espaço para 5 adultos em seu interior. O espaço na fileira traseira é um pouco menor que no Duster, e seu banco traseiro é mais ereto, mas ainda assim há muito mais espaço do que em uma picape pequena de cabine dupla. Seu acabamento é apenas razoável, e o carro peca na ergonomia ao posicionar a central multimídia longe dos olhos e os comandos do ar-condicionado são atrapalhados pela alvanca de câmbio.

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O motorista se posiciona de forma elevada, mesmo regulando o banco na altura mínima, e a coluna de direção só tem ajuste em altura. Nesse caso, motoristas altos tendem a dirigir com os braços muito esticados, e o encosto curto do banco não apoia as costas de forma suficiente. Uma vez abrigado, o condutor não sofre para manobrar a Oroch, pois o carro apesar de grande (4,69 m de comprimento, 1,82 m de largura e 2,82 m de entre-eixos) tem bom diâmetro de giro e retrovisores laterais enormes. Apenas a visibilidade traseira é atrapalhada pela caçamba, mas os sensores de estacionamento garantem a integridade física do que estiver atrás da picape. O porém fica por conta do peso elevado da direção hidráulica.

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No uso urbano, a calibragem de suspensão da picape trata muito bem os ocupantes, filtrando as irregularidades com louvor e permitindo que obstáculos urbanos como lombadas e buracos sejam praticamente ignorados. O mérito também pode ser dado aos pneus Michelin LTX Force de medida 215/65 R16 que guardam boa parte das mazelas viárias para si. O câmbio manual de seis marchas tem engates leves, bem como sua embreagem que também é suave, e o carro tem bastante força nas saídas, permitindo-se até que se saia em segunda marcha sem problemas. Apenas o consumo urbano na casa dos 7 km/l com gasolina foi desanimador.

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Na estrada o motor 2.0 16V de 145 cv (gasolina) mostra o seu valor. Tal potência é acompanhada do torque de 20,2 kgfm que chega em 4.000 rpm, mas com o escalonamento de marchas relativamente curto, esse torque logo aparece e a Oroch goza de um desempenho satisfatório. A sexta marcha é funcional, não Overdrive, e isso deixa o carro mais elástico. A contrapartida são os 3.200 rpm @ 120 km/h, que poderiam ser menores em um carro com motor forte. O consumo se mostra elevado em uso urbano, e conseguir 9,5 km/l com gasolina requer uma serenidade budista, mesmo com modo ECO acionado.

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Mas como falamos lá em cima, a Oroch impressiona mesmo é na dinâmica. O carro acelera bem, freia bem, aponta bem nas curvas e filtra as imperfeições do asfalto com louvor. Mesmo em velocidades mais elevadas, a picape se apoia com segurança nos eixos e contorna curvas de forma exemplar. Seus freios (disco ventilado na dianteira e tambor na traseira) também fazem bom trabalho e lidam bem com os 1.346 kg do carro.

Por fim, é chegada a hora de falar do seu bolso. Será que a Oroch vale à pena? Vale, nos seguintes casos: Se você está cogitando uma picape pequena completa de cabine dupla, se você precisa de uma picape para levar muita gente e seu orçamento está limitado, ou se você quer uma picape forte com câmbio manual e não precisa de capacidade fora-de-estrada. A Oroch Dynamique 2.0 custa R$ 72.400, e entrega mais espaço, desempenho e presença do que as versões mais caras de Fiat Strada Adventure ou Saveiro Cross. Já comparando com a Chevrolet S10, sua versão mais simples não sai por menos de R$ 80.000, e talvez você não precise de uma picape tão grande assim. O único problema para a Oroch será a chegada da Fiat Toro, mas isso são cenas para os próximos capítulos.

CONFIRA NOSSO VÍDEO:

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