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Avaliação – Fiat 500 Cabrio 1.4 Multiair (MT) 2016

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Cabelos ao vento e sol como passageiro. Essas duas características são pequenas amostras do quão saboroso pode ser desfrutar de um conversível, seja naquela bela estrada no litoral ou mesmo para ostentar no caminho ao trabalho. Poucas cenas Hollywoodianas são tão invejáveis como aquelas aonde artistas de óculos escuros desfilam a bordo de um belo conversível à beira de Miami Beach. É a tradução do bem viver, um privilégio para poucos, uma expectativa que alguns podem sonhar alcançar como ideal de vida.

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Mas os sonhos não duram para sempre, e a realidade logo bate à nossa porta, embora não seja necessário sonhar com uma loteria acumulada para circular com os cabelos (ou a careca) ao vento. Ok, eu concordo que já foi mais fácil colocar um Fiat 500C na garagem, visto que o pequeno saltou de R$ 56.900 para R$ 64.900 na versão manual com motor 1.4 8V. Ainda assim, é um sonho possível para quem deseja em um carro de nicho bem interessante.

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Esclarecendo um detalhe, se o nome é 500C, de onde vem o “C”? Nesse caso, de “cabrio”, uma abreviação da palavra “cabriolet”, palavra francesa que remete às carroças do século XVIII. Qual a diferença para o termo “conversível”? Nenhuma. As montadoras americanas costumam usar o termo “convertible” enquanto as europeias preferem “cabriolet”. Logo, irei considerar o pequeno sem-teto como um conversível.

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Nessa versão mais simples, derivada da versão de acabamento Cult do Fiat 500 comum, o carro vem sempre com o teto na cor vermelha, não importando a cor externa do carro ou a combinação de cores dos bancos. O resultado é mais interessante ao vivo do que nas fotos, e elimina qualquer chance do pequeno conversível passar despercebido. Exceto pela capota, todos os detalhes de acabamento interno e externo do carro são idênticos ao que é visto no 500 Cult, e esse é um ponto positivo.

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Encontrar uma boa posição para dirigir no carro é complicado, especialmente para motoristas altos. O assento com regulagem de altura deixa você sempre em posição elevada, e com a falta de regulagem em profundidade da coluna de direção (há apenas regulagem em altura), não há como dirigir sem manter os braços esticados. Essa versão conversível tem mais espaço para a cabeça do que as versões fechadas (com teto solar) e o carro leva apenas quatro ocupantes, dois de estatura normal na dianteira ou duas crianças no banco traseiro. O porta-malas tem 185 litros e não perde espaço para a capota recolhida.

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Manobrar um carro de dimensões diminutas (3,55 m de comprimento, 1,63 m de largura e 2,30 m de entre-eixos) é bem fácil, especialmente quando consideramos o diâmetro de curva de 9,1 m e a direção elétrica levíssima. Os retrovisores externos são enormes e o sensor de estacionamento traseiro ajuda a colocar o carro nas vagas mais complicadas.

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Chegada a hora de colocar o carro em movimento, o pequeno impressiona pela boa agilidade. Seu motor 1.4 8V Fire EVO rende 85/88 cv @ 5.750 rpm e 12,4/12,5 kgfm @ 3.500 rpm (gasolina/etanol) e, mesmo não sendo um expoente de potência, casa bem com o câmbio curtinho de engates corretos, permitindo que o compacto de 1.080 kg se mostre ligeiro no caos urbano. A suspensão do carro é durinha por causa de suas dimensões, mas não chega a ser desconfortável em ruas mais crocantes. Os ruídos externos são bem filtrados pela capota de lona.

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Em uso rodoviário, o carro também se mostra rápido, mas traz a contrapartida dos giros sempre elevados, prejudicando o consumo e fazendo o carro clamar por uma sexta marcha. Há uma tecla “sport” no painel, que deixa o acelerador um pouquinho mais arisco e a direção levemente mais pesada, embora praticamente sem diferença no uso. Em velocidade de cruzeiro, o ruído de vento começa a se fazer mais presente, pois o ar passa nos encaixes laterais da capota e invade o interior, mas esse detalhe não compromete a vedação de água da chuva.

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Se precisar andar mais forte com o 500C, pode caprichar, pois o carrinho conta com controles de tração e estabilidade, freios a disco nas quatro rodas e uma dinâmica bem interessante. Com entre-eixos curtinho e suspensão firme, a transferência de massa nas curvas e frenagens é bem rápida, deixando o pequeno bem arisco em uma direção mais esportiva. No uso civilizado, a tendência é sempre dianteira, mas se provocar o pequeno com um trail braking, a traseira aparece um pouco, permitindo um contra-esterço leve antes do ESC piscar no painel.

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Sua cereja do bolo é a capota, e rodar com ela aberta é uma maravilha, mesmo com as colunas B e C sendo rígidas, assim como o arco do teto. Há três estágios automáticos de abertura/fechamento, aonde ela pode ficar aberta como um teto solar normal, aberta até a altura da cabeça dos ocupantes de trás, ou totalmente aberta. Em qualquer modo, a turbulência afeta pouco a convivência dentro do carro, e o 500C passa a chamar ainda mais atenção por onde passa. O único detalhe negativo é a visibilidade pelo retrovisor central com a capota totalmente aberta, que se torna nula, obrigando o motorista a recorrer totalmente aos retrovisores laterais.

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Quanto ao seu bolso, o Fiat 500C reforça sua imagem de carro de nicho. Não era barato e ficou ainda mais caro com a alta do dólar, partindo de R$ 64.900 e chegando a R$ 68.605 com sistema de som Premium da BEATS. Se quiser câmbio Dualogic, a conta sobe em R$ 3.000. E se custa caro para comprar, não retribui no consumo, pois com gasolina ele rende 9,5 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada, um rendimento fraco para um carro tão leve. Como um carro de nicho, ainda mais conversível, o preço pago por ele é devolvido ao dono em forma de exclusividade e diversão, tornando a compra do 500C puramente emocional.
CONFIRA O VÍDEO:

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