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Avaliação – JAC T6 2.0 Jet Flex 2015

Fotos: Marcus Lauria

Dos 3 segmentos mais disputados do mercado nacional (hatches compactos, sedãs médios e SUVs compactos), com certeza o de SUVs é, hoje, o que mais “ferve”. Nos últimos meses 5 modelos novos e 1 remodelado ganharam as ruas de uma só vez, elevando a 12 o número de representantes na categoria. Como a faixa de preços é ampla, indo dos pouco mais de R$ 60 mil até ultrapassar os R$ 100 mil, não é com todos que o JAC T6 concorre. Mas não pense que a vida é fácil.

Desde o lançamento do T6 a JAC deixou claro que a intenção era enfrentar EcoSport, Duster, 2008, Renegade e Tucson com atributos que eles não oferecem na faixa dos R$ 70 mil reais: longa lista de equipamentos de série, muito espaço interno e design atraente, tudo num só pacote. A unidade que nos foi cedida custa R$ 75.670,00 e veio com todos os opcionais disponíveis – barras no teto, maçanetas e frisos cromados, retrovisores com ajustes e rebatimento elétrico e sistema multimídia completo com câmera de ré e Mirror Link. Estes, somados aos itens presentes desde a versão de entrada (vidros elétricos nas 4 portas com one-touch para o do motorista, faróis e lanternas de neblina, faróis principais com ajuste de altura, direção elétrica com coluna regulável em altura, ar condicionado eletrônico, volante multifuncional revestido em couro, ajuste de altura para o banco do motorista, sensor de estacionamento traseiro, Isofix, cintos de segurança de 3 pontos para todos os ocupantes, airbag duplo e ABS, dentre outros), tornam o T6 equipado o suficiente para ser competitivo.

Claro, nem só de equipamentos vive um SUV. E nem poderia, considerando que hoje grande parte dos compradores os vêem como substitutos de peruas, minivans e até sedãs. Ainda que a motivação principal seja a praticidade, se for bom de dirigir tem mais chances de agradar: ponto para o T6. Não é corriqueiro encontrar um carro parrudo e com centro de gravidade elevado (o JAC T6 tem 4,47 m de comprimento, 1,67 m de altura, 1,84 m de largura e pesa 1.460 kg) que seja também gostoso de dirigir e bom de curva. Ainda que falte ajuste de profundidade da coluna de direção é fácil encontrar uma boa posição para dirigir, com o volante podendo ser ajustado em altura e o banco em altura e distância. Há quem implique com o fato de ele transmitir para o motorista tudo o que se passa com a suspensão, coisa que, em tese, não deveria acontecer com um SUV, mas isso só ocorre com o pé embaixo. Se dirigido sem pressa, como fazem 90% dos donos de carros assim, ele se mostra muito bem acertado.

A direção é bem leve nas manobras e adquire peso em velocidade, e o conforto em viagens é memorável. Pesa o fato de não haver câmbio automático nem como opcional, coisa que melhoraria o conforto de rodagem na cidade, mas os engates do câmbio mecânico de 5 marchas desta unidade estavam na média, sem a sensação crocante que acompanha outros modelos da marca e com uma embreagem de acionamento levíssimo. Em qualquer que seja a via, porém, 5 pessoas viajam com folga e contam com espaço de sobra (610 litros declarados) para as bagagens.

Mas vamos falar de coisa boa: o motor. Quando dirigimos o T6 no lançamento notamos certa aspereza e nível de ruído acima do esperado nas acelerações. Na avaliação da J6 Flex, que usa o mesmo motor, essa impressão foi potencializada pela incômoda vibração que invadia a cabine em torno de 4 mil rotações. Por outro lado já percebemos, e parece ser característica de todos os JAC, que a diferença pra melhor de comportamento dos motores depois de amaciados é muito maior que em modelos de outras marcas. Neste T6 a vibração foi não somente eliminada como o nível de ruído foi reduzido consideravelmente.

E não é só. Apesar de pesado a força do motor 2.0 16v (160 cv com etanol e 20,6 kgfm de torque entre 3 e 4,5 mil rpm) é suficiente para empurrar o T6 com decisão. Retomadas são feitas sem preguiça ou engasgos, graças ao sistema VVT de abertura variável das válvulas, e os 11,8 segundos na aceleração de 0 a 100 km/h divulgados pela JAC parecem bastante plausíveis. Gostoso também é o ronco do motor, aprimorado pela saída dupla de escape – ainda que, neste aspecto, a JAC tenha pisado na bola ao apontar as saídas para baixo em vez de inseri-las nos vãos do para-choque traseiro. Ficaria mais bonito e bacana.

Já dissemos e repetimos: a evolução no interior é notável. Plástico há, mas nenhum tem aparência pobre ou é desagradável ao toque. Tudo é bem montado e não se nota rebarbas em lugar nenhum. Reforçam a sensação de requinte os revestimentos em couro no volante, na alavanca de câmbio, nas portas e na tampa do porta-objetos que também serve como apoio de braço entre os bancos dianteiros. Estes, inclusive, também são confortáveis e bem revestidos. Pode haver, num primeiro contato, certa estranheza com a quantidade de informações no visual do painel – materiais, texturas, cores, botões. Mas não é nada diferente do que se costuma encontrar em outros SUVs e o comprador desse tipo de carro gosta.

Merece destaque a central multimídia da Foxconn com tela touch-screen de 7 polegadas que engloba rádio, MP3 player, conexões HDMI e Bluetooth, entradas auxiliar, USB e SD Card, GPS, câmera de ré e espelhamento da tela do celular. Mesmo sendo uma feature interessante e rara, porém, seu uso não é tão simples. É preciso plugar o celular à conexão no porta-luvas por meio de cabo, ter um leitor de QR Code no celular e depois fazer o pareamento através de um aplicativo para só então poder usar a tela como se fosse seu próprio smartphone. Nem todo mundo tem paciência. Fizeram falta também comandos do computador de bordo no volante; é preciso tirar os olhos da via para apertar o botãozinho no painel.

Outra característica no mínimo inusitada é a extrema sensibilidade do sensor de luz. Qualquer sombra é suficiente para fazer os faróis acenderem. Na estrada, em especial em fim de tarde, quando a incidência de sombras na via é maior, isso irrita – não os ocupantes da T6, mas os outros motoristas que pensam que os de cá estão piscando o farol o tempo todo. E estão, ainda que sem querer.

Outra característica no mínimo inusitada é a extrema sensibilidade do sensor de luz. Qualquer sombra é suficiente para fazer os faróis acenderem. Na estrada, em especial em fim de tarde, quando a incidência de sombras na via é maior, isso irrita – não os ocupantes da T6, mas os outros motoristas que pensam que os de cá estão piscando o farol o tempo todo. E estão, ainda que sem querer.

Defeitos todos têm e o T6 não é exceção. Pesa para o consumidor do fato de a rede de assistência ser pequena e de o carro não atender a uma exigência nacional, que é a opção de câmbio automático. Por outro lado, nenhum SUV de sua faixa de preço oferece tanto espaço e tantos equipamentos. A JAC já deixou clara a sua estimativa modesta de vendas, que gira em torno de 400 unidades mensais. Com desempenho convincente, conforto acima da média e design bem acertado, sem falar na garantia ainda exclusiva de 6 anos – a maior oferecida por qualquer carro vendido por aqui -, o JAC T6 mostra que mesmo com a economia em tempos de recessão esta estimativa não parece nada longe da realidade.

Fonte: http://racionauto.blogspot.com.br/

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