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Avaliação – Audi RS4 quattro Avant 2015

Fotos: Divulgação e Renato Pereira

Não, esta matéria não vai apresentar um lançamento recente. Esta matéria orgulhosamente trás, avaliado em todas as circunstâncias e detalhes, um ícone da indústria automotiva, uma obra-prima da tecnologia, do design e do desempenho da engenharia alemã, o incomparável Audi RS4 quattro Avant de última geração!

Um prólogo se faz necessário: para escrever uma matéria – ou artigo, como dizem alguns – corretamente, é preciso estruturar a narrativa de maneira a situar o leitor no tempo e no espaço, trazendo desde as origens do produto – no caso, automóveis e tecnologia – até sua mais atual concepção e, dessa forma, prover o leitor das informações que busca. Pensar que “brasileiro é preguiçoso e não gosta de ler” está fora de meu contexto, procuro suprir os leitores realmente interessados com informações, e o www.carpointnews.com.br não é mais um site, é O site para quem não tem preguiça! Vamos ao trabalho?

Criadores:

Como já sabemos, a Audi AG*, com sede em Ingolstadt, Alemanha, iniciada como Horch & Cie. Motorwagenwerke AG em 1904, é o resultado das fusões da própria Horch com a Wanderer (Winklhofer & Jaenicke) e com a DKW (Dampf-Kraft-Wagen), formando a Audi Auto Union AG, que posteriormente incorporou a NSU (Neckarsulm Strickmaschinen Union) dando origem à Audi Auto Union NSU AG e, finalmente, Audi AG, controlada pelo Volkswagen Group que, inteligentemente, delegou à subsidiária a tarefa de criar e produzir automóveis e SUVs de altíssimo luxo e esportivos quando resolveu ressuscitar a marca criada por August Horch. Nada mais certo, uma vez que Volkswagen significa Carro do Povo, e Audi sempre foi sinônimo de luxo e vanguarda. Foi a Audi quem lançou, por exemplo, o primeiro carro alemão com o volante do lado esquerdo, tirando o país do conceito medieval britânico, que ainda hoje devem pensar que seus cavaleiros trafegam pela esquerda para poder segurar a espada com a mão direita e atacar o cavaleiro inimigo que virá em sentido contrário!
Em 1982 a espanhola Seat AS**, sediada em Martorell, Barcelona, foi adquirida pela Volkswagen AG, que entregou seu controle à Audi AG, que em 1998 tornou-se proprietária da Automobile Lamborghini S.p.A.*** com sede em Sant`Agata Bolognese, Itália e, em 2012, a Automobile Lamborghini S.p.A. adquire a Ducati Motor Holding S.p.A., sediada em Bologna, Itália. Resumindo, a Audi cuida dela própria, da Seat, da Lamborghini e da Ducati,

A Quattro GmbH****, sociedade por quotas com responsabilidade limitada), foi fundada em outubro de 1983 a divisão em Neckarsulm, perto de Stuttgart, no Estado de Baden-Württemberg, em uma area de 10.700 m² que pertencia a NSU. Seu nome é uma homenagem ao revolucionário e histórico sistema de tração integral Quattro imortalizado nos Mundiais de Rally e, por ser uma subsidiária privada integral Audi, sua função é desenvolver e produzir versões de altíssimo desempenho, conforto e luxo dos modelos Audi convencionais. Seus principais produtos são o Audi RS4, o RS6 e o R8 e, por ser uma empresa privada, não vende seus automóveis diretamente ao público, apenas através de concessionárias Audi.

S e RS: a linha S (Sport) é onde a Quattro cria versões de preparação leve dos modelos de linha Audi, primando mais pelo design e acabamento esportivo/luxuoso, em grandes alterações mecânicas, mantendo o conjunto motriz original, na própria linha em Ingolstadt. Já a linha RS (RennSport) é quando a Quattro pega tudo o que fez na linha S e reconstrói tudo na parte mecânica, tornando “pacatos cidadãos” nos sedans, station wagons e suv´s mais poderosos e insanos que a engenharia pode criar. Pronto, agora que já sabemos quem são os responsáveis pela criação, vamos à criatura!

* AktienGesellschaft; ** Anónimo Sociedad; *** Società per Azioni; **** Gesellschaft mit beschränkter Haftung

Criatura:

Audi RS4 Avant Quattro – B5 Typ 8D – 1999 a 2001
O primeiro Audi RS 4 Avant Quattro, denominado B5 Typ 8D foi lançado no final de 1999, com com a missão de suceder o RS2 criado por uma joint venture entre a Audi, a Porsche e a Quattro,  agora construído sobre a plataforma B5 compartilhada do Volkswagen Group. Foram produzidas 6.030 unidades entre 1999 e 2001, o que torna o modelo bastante raro, valioso e muito procurado pelos entusiastas de carros de alta perfomance. Utilizava um motor 2,7 litros V6, dois turbocompressores BorgWerner K04, dois intercoolers, preparado pela Cosworth na Inglaterra, com 375 Cv de potência máxima, acoplado a uma transmissão mecânica de seis marchas (embreagem dura como uma bigorna…) e tração integral Quattro..
Audi RS4 Avant Quattro – B7 Typ 8E – 2006 a 2008

O pulo foi direto, do B5 para o B7, uma vez que não foram produzidos versões RS4 sobre a plataforma B6 (A4 entre 2001 a 2005). A nova versão do RS4 Quattro B7 Typ 8E foi construído sobre a plataforma do A4 B7 do Volkswagen Group já nas instalações em Neckarslum, sede da Quattro GmbH, e não mais em Ingolstadt, base da Audi, e chegou ao mercado em 2006, sendo produzidas 10.000 unidades até 2008. Utilizava o mesmo motor 4,2 litros V8 FSI aspirado, “emprestado” da linha Q7, com 420 Cv de potência Máxima, ligado a uma transmissão Getrag mecânica de seis velocidades e tração integral Quattro.

Audi RS4 Avant Quattro – B8 Typ 8K PL48 – 2012 – Presente

E então chegamos à estrela do momento, a última versão da explosiva station wagon germânica! Sempre que se olha um Audi, tem-se de imediato a impressão da robustez e qualidade elevadas que caracterizam os produtos da marca. Ao se olhar qualquer modelo RS, essa sensação se quadriplica, adicionando-se a certeza de potência pura. Com a Avant Quattro não é diferente.

Montado sobre a plataforma B8 MLB do Volkswagen Group – MLB é a sigla para Modularer LängsBaukasten em alemão que, traduzindo-se para o Inglês MLP significa Modular Longitudinal Platform que, traduzindo para o Português, significa Plataforma Modular Longitudinal mesmo, ou seja, uma plataforma para modelos com motorização dianteira, longitudinal e tração dianteira, para uso comum nos projetos de todas as marcas sob a batuta do Volkswagen Group – o RS4 Avant impressiona, uma vez que a turma da Quattro não teve o menor pudor em alargar as caixas de rodas do original A4 Avant para conseguir encaixar as belas rodas aro 19” (ou 20” com pneus 265/30 opcional) calçadas com pneus 265/35. Não há um ângulo em que se olhe o RS4 Avant Quattro sem que se pense: “nossa, deve andar muito”… E anda!!! Sabem aquele acordo de cavalheiros alemão, que limitaria seus carros a velocidade máxima de 249 km/h Esqueçam… esse aqui chega aos 280 km/h bem rápido, e você só percebe que tem algo diferente por conta da velocidade da paisagem à sua volta, que está muito rápida.

O motor escolhido para o Audi RS4 Quattro Avant é o BNS High-Revving 4,2 litros, V8, DOHC, 32 Válvulas FSI, a evolução natural da versão empregada na geração B7, e equipa também os modelos RS5, R8 (BHY) e Q7 RS (BAR) da montadora alemã. O novo motor inclui uma nova construção do bloco, de alta rotação variante, com a linha vermelha a 8.000 Rpm e o limite de rotação a 8.250 Rpm. High-Revving define o motor como de alta rotação com a linha vermelha em 8.000 Rpm. DOHC significa Double Overhead Camshaft, ou Duplo Comando de Válvulas no Cabeçote, para acionar as 4 válvulas por cilindro; FSI significa Fuel Stratifield Injection, ou Injeção Estratificada de Combustível, que nada mais é do que uma tecnologia avançada em injeção direta de combustível, onde bombas de alta pressão injetam a mistura ar+combustível a impressionantes 110 bar (contra 3 a 5 bar das injeções convencionais). O sistema de ventilação do cárter foi aumentado,  assim como foi instalado um sistema de retorno de combustível de baixa pressão e um reservatório de óleo, para evitar a cavitação do lubrificante em altas rotações e ação da força G nas curvas. Com gasolina sem chumbo, atinge 450 Cv de potência máxima a 7.800 Rpm. Dificilmente se chegará a essa marca, é absolutamente desnecessário. 90% do torque possível está presente a partir de 2.250 Rpm. O motor é controlado por duas unidades Bosch DI-Motronic (trabalhando como ‘master’ e ‘escravo’, por causa da natureza de alta rotação do motor), controle eletrônico do acelerador (drive by wire) e ECU. O sistema de ignição utiliza oito bobinas individuais, mapeador de  ignição direta (o tempo de ignição é monitorado por quatro sensores de detonação).

Essa obra-prima da engenharia alemã pode estar com os dias contados. Com as novas e cada vez mais agressivas leis de emissões europeias, todas as setas indicam para a extinção dos motores V8 aspirados e, assim como os motores Mercedes-Benz AMG 6.2 litros e BMW M 4.0 litros, o 4.2 da Audi pode ter seu fim em um futuro não muito distante, dando lugar a unidades V6 ou 6 cilindros em linha com um ou dois turbocompressores. Sabemos que a Audi / Quattro está desenvolvendo uma verdadeira usina de força na configuração V6 3.0 litros biturbo, com algo em torno de 430 Cv de potência para alguns modelos versão RS, além de sua própria gasolina sintética, o que pode manter o incomparável BNS High-Revving V8 em linha.

Junto à transmissão S-Tronic Dual Clutch DSG – Dupla Embreagem / Direkt-Schalt-Getriebe, de deslocamento direto – DL501 de sete velocidades, controlado eletronicamente,   sem pedal de embreagem, com funcionamento automático ou semi-manual através de paddle-shifts, está a mais recente versão da tração integral Quattro, tipo Torsen, que polariza o torque do motor no diferencial central e o distribui na ordem de 40% para a dianteira e 60% para a traseira, contando com EDL – Bloqueio Eletrônico do Diferencial – gerenciado pelo ESP – Programa Eletrônico de Estabilidade – 8.0 Robert Bosch e ASR – Sistema de Controle de Tração. Com tudo isso, você pode se empenhar em errar, que o carro vai se empenhar (e conseguir) corrigir seus erros. Principalmente porque não, não acabou aí o festival da eletrônica moderna à serviço dos motoristas comuns ao volante de um míssil terra-terra.

No console central você encontrará os controles que poderá usar para definir que tipo de carro você quer guiar, o Audi Dinamyc Drive Control, onde poderá selecionar os modos Comfort, Dynamic, Auto ou Individual. Cada um ajusta o carro de acordo com a sua vontade, desde o motor, transmissão, suspensões, freios até a direção elétrica, e os ajustes são realmente individuais, com você podendo fazer as combinações que mais gostar. No modo Dynamic, as coisas ficam mais hardcore, é onde você consegue fazer com que todos os sistemas funcionem na maneira mais agressiva… inclusive com seu bolso, porque aí o consumo de combustível muda do patamar dos veículos normais para os de competição. Para quem quer simplesmente desfrutar de todo o conforto, requinte, silêncio e potência – aque aparece assim que se afunda o pé no acelerador – o modo Comfort é o mais indicado. O motor fica constantemente na faixa dos 1.500 Rpm, quando vc percebe o câmbio já engatou a sétima marcha e, se você não quiser colecionar as multas de todos os radares do caminho, é hora de acionar o piloto automático. Como mencionado anteriormente, o Audi RS4 Avant Quattro exige uma boa dose de atenção com a velocidade; o nível de conforto que os bancos, a climatização, o sistema de áudio enfim, todo o interior do carro oferece traduz-se na falha de sua percepção sobre o mundo lá fora. Você chega rápido demais nos 100 km/h (na casa dos 4,8 segundos) e atinge 280 km/h de velocidade máxima. Com 1.800 kg de peso. Para parar tudo isso, enormes discos de freios duplos, ventilados, em cerâmica, com 380mm e pinça com 8 pistões na dianteira e 365mm com pinças de 6 pistões na traseira. Tenha bom senso ao pisar no freio. O sistema é composto por todas as combinações que o alfabeto possibilita para criar siglas de sensores e corretores eletrônicos, e pisar de uma vez no pedal é garantia de um bom susto.

A lista de acessório é imensa; tem tudo o que se pode imaginar em iluminação com leds, multi-mídia com 1.000 funções, controles e regulagens e um milhão de itens. Eu poderia ficar aqui três horas transcrevendo tudo o que vem incluso no pacote que ainda ficaria faltando alguma coisa e, a bem da verdade, você ja teria esquecido de 70% dos itens antes que eu chegasse na metade. Para saber mais e agendar um test drive, nada como uma visita a uma concessionária Audi! Se eu compraria? Sem a menor dúvida!

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