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Entrevista com o piloto de Rali Luiz Facco da Equipe Acelera Siriema

Fotos: Divulgação

Aventura, ousadia, adrenalina, paixão por off-road, máquinas potentes, muita poeira, pedras, em meio ao deserto de Nevada, nos Estados Unidos. Foi esse o cenário da The Mint 400, a maior e mais tradicional corrida off-road americana que aconteceu em março deste ano, nos arredores de Las Vegas. Mais de 330 equipes participaram do evento que se realiza há 48 anos e, entre eles, estavam Luiz Facco e Humberto Ribeiro, dupla da Equipe Acelera Siriema, os únicos brasileiros no grid.

A diversão foi garantida, mas não foi tarefa fácil. A equipe tetracampeã brasileira de Rally Cross Country e bicampeã do Rally dos Sertões (maior prova off-road do país e segundo maior rali do mundo) relata que apesar da experiência, nunca havia participado de uma “batalha” como esta. Segundo a dupla do carro #1891, o terreno é realmente de Cross Country, com muitas pedras e lombas gigantes, areias, facões enormes e qualquer erro poderia ser fatal.

Há duas corridas dentro da The Mint 400 que conta com mais de 20 categorias. Uma com pilotos menos experientes que fazem duas voltas no deserto, e outra, com os mais profissionais que realizam três voltas e completam as 400 milhas (640 quilômetros) de percurso em um único dia, com direito a paradas – duas ou três – no pit stop para manutenção e abastecimento. Diferentemente do regulamento no Rally Cross Country no Brasil, não há controle de largada, o rádio não é utilizado para ultrapassagem e encontrar caminho livre para acelerar, muitas vezes, é complicado. O campeão da edição 2015 foi o piloto Justin Lofton, seguido de Robby Gordon e, em terceiro, Rob MacCachren.

1) Como foi participar do The Mint 400, a maior prova off-road dos EUA​?​

Foi bem interessante essa nossa primeira corrida nos EUA, sobretudo porque fomos –  os únicos brasileiros inscritos na mais tradicional prova off-road americana, que existe há 48 anos. Uma grande oportunidade e desafio, um grande evento e uma competição completamente diferente do que estamos acostumados a participar no Brasil.

2) Quais as principais diferenças dos carros do rali nacional para os dos EUA?

Eram carros de todos os tipos com preparação diferenciada​. Os tops tinham aproximadamente 1000 cv, potência de 880mm, uma loucura. Para se ter uma ideia foram 330 carros inscritos de mais de 20 categorias​. Sendo que um dia antes haviam dezenas de carros na lista de espera.

3) Conte alguma curiosidade sobre o evento, o que chamou atenção por lá?

A grandiosidade do evento é tamanha que praticamente para Las Vegas por quatro dias. É uma multidão de pessoas, de todas as idades, que prestigia a corrida e é apaixonada por carros e velocidade. A cobertura da imprensa também com transmissão ao vivo é impressionante, coisa que não acontece com o off-road no Brasil.​ É​  uma prova de apenas um dia de cerca de 640 quilômetros​ pelo deserto, como se fosse  uma “corrida maluca”.

4) Qual o modelo escolhido para a prova e como ele se saiu?

Nosso carro era um Ford  4×2 de 280 cv, tração traseira com curso de suspensão de 500 mm, um carro que faz parte da categoria de entrada na MINT 400, comparado aos carros tops​. Disputamos pela categoria 1800 e conseguimos manter um bom ritmo em alguns trechos. Nossa intenção era completar a prova e não conseguimos, porque perdemos um pneu, trocamos, andamos mais alguns quilômetros e perdemos o segundo. Daí tivemos de aguardar uns 40 minutos para a equipe de apoio trazer outro pneu e voltamos para a prova. Aceleramos mais 50 quilômetros e o motor não aguentou. Foi uma batalha.​

5) Pretende voltar ao evento novamente ou participar de algum outro nos EUA?

​Agora que conhecemos de perto o que é a MINT 400, certamente dá vontade de voltar, mas da próxima vez, com um carro muito mais preparado.

6) A experiência valeu para usar nas competições nacionais?

Na MINT 400 o regulamento é totalmente diferente do que seguimos no Brasil. Lá largamos de dois em dois, com intervalo de 30 segundos e, em seis minutos já nos deparávamos com 24 carros. Não há regras para ultrapassagem e literalmente precisávamos dar “uma batida” no carro da frente. Mas valeu pelo desafio e pela experiência inesquecível.

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